Lourenço Marques

Vista da Catembe

Capital da Província de Moçambique, antiga colónia na África Oriental Portuguesa, território hoje independente, era sem dúvida uma das mais bonitas cidades costeiras daquela região, por mérito próprio considerada como a pérola do Oceano Índico. Está situada na baía do mesmo nome onde, vindos de sul e leste, desaguam os rios Matola, Umbeluzi e Tembe que formam um estuário relativamente apertado entre a cidade, na margem esquerda e a Catembe na margem oposta. Esta prossegue até à foz do rio Maputo, proveniente do sul, muito à beira das ilhas Inhaca e dos Portugueses. A norte, o rio Incomati despeja o seu enorme caudal, somente minimizado pelas ilhas Xefina Pequena, do Meio e Grande.

A Catedral

Toda esta balizagem pretende enquadrar uma cidade “su generis”, com um traçado urbano moderno, de avenidas e ruas traçadas a esquadro, numa quadrícula perfeita que na altura era abraçada por uma curva, a estrada da Circunvalação que ia duma ponta a outra da cidade. Avenidas largas, bem como as ruas, ladeadas por fiadas de enormes e coloridas acácias cujas sombras ainda hoje protegem os pedestres das temperaturas peculiares daquelas latitudes. Como centro fulcral das várias direcções, norte-sul, este-oeste, situava-se a rotunda onde fora erguida a estátua de Mouzinho de Albuquerque, rodeada pelo Edifício da Câmara Municipal, a Catedral e o Prédio Funchal.

Num círculo de 1 km e meio: 1-Teatro Varietá, primeiro recinto de patinagem inaugurado em 1912, 2-SNECI, 3-Ferroviário (junto à Sede), 4-Desportivo, inaugurado em 1949 pela Sel. Nac. Portuguesa, 5-Sporting, pavilhão moderno, 6-Liceu antigo, 7-Parque José Cabral, 8- Malhangalene, coberto, onde foi derrotada a Sel. Espanhola em 1957, 9- Desportivo, novo, inaugurado pelo Sport Lisboa e Benfica em 1953, 10 e 11-Liceu novo, 12- Maristas e 13-Ferroviário, novo, ao longo do campo de futebol.

Foi nesta cidade pacata que cresci e, ao mesmo tempo, a vi crescer. Mais tarde, depois de ter visitado a Metrópole, praticamente de norte a sul. tive de reconhecer que em todo o País não havia outra que se pudesse comparar a Lourenço Marques no que se refere a equipamentos desportivos existentes nos Clubes, nos bairros, nos liceus e nos parques, se tivermos em linha de conta o tamanho da urbe e da sua população.

E como todos estes equipamentos estavam contidos num raio de 1,5km, os moradores dos diferentes bairros, que dum modo geral eram conhecidos uns dos outros, deslocavam-se facilmente aos jogos que ocorriam todas as terças e sexta-feiras, para apoiar as suas equipas favoritas.

O Clube Naval

E, como se pode ver, a Marginal que partia da baixa da cidade, acompanhava as inúmeras praias até à Costa do Sol, passando pelo Clube Naval, pelo Pavilhão da Polana e pelo restaurante Peters, num percurso de mais de uma dezena de quilómetros, locais apetecidos e muito frequentados pela população, aos fins-de-semana.

Neste espaço coexistiam o SNECI, no bairro Maxaquene, com o seu pequeno estádio exclusivamente para a prática da patinagem e hóquei em Patins, quatro courts de ténis, um campo de basquetebol, dois de Voleibol, uma carreira de tiro, um ginásio ao ar livre, o Clube Desportivo da Malhangalene, com o seu Pavilhão coberto, no bairro do mesmo nome. O Clube Ferroviário de LM, além do rinque onde se praticava hóquei e basquetebol, possuía um salão Ginásio e um campo de Futebol nas imediações. No Ginásio praticava-se Ténis de mesa e Badmington.

Equipa de Badmington: - Da esq. de pé: António Pereira Leite, Ivone Costa, Abrileta Velasco, Delminda Maltezinho e Helder Maltezinho. Agachados: Adão Ribeiro, Guilherme Soares ???

O Grupo Desportivo de LM, dispunha de dois rinques, um a céu aberto e outro que mais tarde levou uma cobertura simples, um conjunto que incluía uma Piscina olímpica com torre de saltos de 10 metros de altura e, na parte de trás, junto às barreiras, um campo de futebol. O Sporting Clube de LM, mesmo encostado ao Desportivo, também com um campo de futebol, partira do antigo rinque para a construção dum magnífico Pavilhão com uma cobertura geodésica moderna, para cerca de 6 mil pessoas, uma autêntica jóia da coroa, orgulho dos seus mentores e aficionados e que não encontrava igual em nenhum clube de Portugal. Estes três últimos situavam-se na baixa da cidade e os outros dois na parte alta.

Uma das praias...

Além destes, os dois rinques do novo Liceu Salazar, com piscina interior, na Ponta Vermelha e o Parque José Cabral, na Polana, com outro rinque e uma pista de atletismo muito frequentada e onde se realizavam os jogos inter-escolares. Campos de futebol de bairro, organizados pela juventude que neles residiam, grassavam por todo a lado, em terrenos devolutos. O Internacional, do Miranda, Francisco Ferreira e do mais tarde famoso Perdigão que acabou no Futebol Clube do Porto, foi onde eles deram os primeiros pontapés.  Se bem me lembro, tinham uma direcção de miúdos, emitiam cotas que colectavam pela vizinhança e equipavam-se à maneira.

Clube de Bairro. O futuro famoso Perdigão, de pé, à esquerda.

Não resisto a contar um episódio que se passou na altura. A nossa equipa do SNECI foi desafiada pelo Internacional para um jogo a realizar num domingo de manhã, que até assistência teve. Como éramos todos mais vocacionados para a patinagem, sabíamos que estávamos à beira duma cabazada, mas fomos e a sorte esteve connosco. Logo no primeiro minuto, um balão atirado da nossa defesa, electrizou-nos e corremos a monte atrás da bola que descrevia uma parábola e marcámos um golo. Foi tal a alegria, que entrámos todos pela baliza dentro, em fila indiana, (não havia rede), pegando nas nossas bicicletas e pedalando-as em direcção à praia, a gritar, “ganhámos… ganhámos”! Lembro-me que, ao desaparecer na primeira curva, olhei de esguelha para trás e vi os nossos potenciais adversários, de mãos nas ancas, num qualquer 4x3x3, a olhar para nós completamente siderados.

Inauguração do recinto dos Maristas

Outro campo, o dos BIG BOYS, formado por mim e os meus primos Teixeira, o Manuel (Manecas), o Ramiro, o Orlando, no nosso bairro, era também popular, para não falar do Olimpia dos Wilson mesmo defronte do Hospital Miguel Bombarda, no mesmo terreno onde mais tarde o Colégio dos Maristas de L.M. construiu o seu rinque, que foi inaugurado em 1954, com participação das melhores equipas da cidade e que o SNECI venceu.

Clube de bairro, os "BIG BOYS". Da esq, de pé: Danilo Barreto, Túlio Faria, Telmo, (?), Redondo, Amadeu Bouçós, Fernando Fernandes, Mário Jorge. Agachados: Manuel (Manecas) Teixeira, Juza, Carlos Bernardo, Galinha, Alberto Moreira, Sérgio Albasini, Orlando Teixeira e Zito. Sentado, com a bola (?).

Outrossim, não posso deixar de mencionar o Instituto Mouzinho de Albuquerque, na vila da Namaacha, junto da fronteira com a Swazilandia, acerca de 80kms da capital, que se tornou num autêntico viveiro de jogadores de hóquei em patins, de alta qualidade, que inundaram os clubes de Lourenço Marques e que se pode considerar como um dos mais valiosos contributos dados ao hóquei moçambicano pelo estimado Padre Miguel Barros, cuja magnífica obra prosseguiu mais tarde nos Salesianos do Estoril.

27 Responses to Lourenço Marques

  1. nela meireles machado says:

    oi, sou nascida em lourençomarques, joguei basquete, muitos anos no malhangalene, que tinha tambem hoquei patins, uma equipe muito boa , e tambem assisti muitos jogos do meu primo joão meireles que jogava no desportivo de LM, teve um jogo não me lembra o ano, sei que era o benfica ou a seleção de portugal que foi lá jogar, tinha um jogador muito bom chamado livramento gostei muito do site parabens …..

  2. Olá! Se jogou basquete pelo Malhangalene, é muito possível que tenha defrontado as minhas primas Abrilete e Maria da Luz que jogavam pelo Ferroviário. Quem é que não conhece o Meireles do Desportivo! Esse jogo a que se refere deve ter sido durante o IIº ou IIIº Torneio Internacional realizados em LM, 1962 ou 1964, em que esse grande jogador, o Livramento, fazia parte da Selecção de Lisboa. Ganharam para azar nosso!
    Obrigdo pelos parabéns

  3. Velasco says:

    Caro Óscar

    Obrigado pela informação. Os nomes já lá estão e só fica um por identificar. Tomara eu que muitos contemporâneos nossos fossem como tu, que até parece que andas de lupa. Aquela de teres topado no mapa de L.M., os dois círculos minúsculos com o 12 repetido é de Sherlock Holmes. Eu nunca daria por isso!

    Abraço

  4. Rui Guilherme Bastos says:

    Minha querida L.M.
    Talvez muitos de hoje não sabem quem foi o maior ídolo de Moçambique que se tornou famoso em Portugal, e que abriu as portas para outros atletas. Êsse foi BENY LEVY, Meu tio já falecido. Campeão de Boxe de Moçambique, África do Sul, Portugal e Espanha.
    Clubes da garotada de onde sairam vários bons jogadores dos clubes principais da cidade, e outros que se tornaram internacionalmente famosos, tais como:
    Alberto Costa Pereira, Luiz Nunes, Jorge Nicolau, Rui e Abel Bastos, Mousaco, Juca, Mário Wilson, Armando Coelho, Matateu, Mário Coluna, Perdigão, Teixeira, Perico, Euzébio, Fernado Lage, Varito, Pedro Santos, Hilário, Barata, Cremildo, Negrão, Vasco Pegado, e muitos outros que no momento não me ocorre,
    Abraços
    Rui

  5. Rui Guilherme Bastos says:

    A nossa muito querida Lourenço Martques e Moçambique no geral, contribuiu com centenas de atletas em várias modalidades de esportes que representaram clubes e seleções de Portugal
    Foram muitos os títulos Europeus e Mundiais.
    A todos êles só nos resta agradecer por terem levantado tão alto o nome da nossa querida terra natal
    .Abraços saudosos e com muitas saudades.
    Rui

  6. Rui Guilherme Bastos says:

    No entanto os maiores vencedores foram precisamente vocês no hóquei em patins com títulos nos torneios Europeus e Copa do Mundo.
    Foram brilhantes. Parabéns. Abraços
    Rui Bastos

  7. Velasco says:

    Caro Rui Bastos
    Folgo imenso saber que leitura do meu Site tenha provocado todas estas tuas lembranças. De facto, a listagem de nomes que fizeste, mostra bem que não fomos só nós, os do hóquei em patins, os únicos vencedores. Poderei dizer que quem mereceu o Grande Troféu, foi a cidade de Lourenço Marques, na altura o maior centro desportivo de todo o País, proporcionando equipamentos notáveis à sua juventude, cuja formação e carreiras a população sempre apoiou, com muita alegria e carinho.
    Um forte abraço. Velasco

  8. Francisco ( Chico ) Paes Mamede says:

    Alo !
    Por mero acaso dei com este sitio ! E lembrei-me da LM dos anos 43, quando morei durante uma temporada numa casa na Av. Afonso de Albuquerque (?) – em frente ao Colegio D.Antonuo Barroso. Tinha como visinhos a familia Velasco e havia um “miudo” da minha idade – mais mes, menos mes – que, como eu, tambem se chamava Francisco, ou melhor, “Chico”. Tinha um irmão mais velho, o Mario, e uma irmã mais nova, a Gloria (tenho uma foto onde ela esta !!). Será que te lembras !!??
    Um abraço.

  9. Velasco says:

    Olá, Mamede !
    Claro que me lembro de ti e de toda a família Mamede, nossos vizinhos, naquela casa recuada, que dava para o beco que ia desembocar na 24 de Julho. Quando fomos morar no nº 75, ao vosso lado, a tua mãe e a minha deram-se muito bem, pois no outro lado era o antro da “bruxa”… A Glorinha faleceu em 1953, as outras 4 irmãs e o meu irmão Mário ainda estão por cá, quero dizer, este vive na Grécia, uma está no Maputo e as outras três em Portugal. Tu tinhas uma irmã, se estou lembrado. Espero que tudo esteja bem contigo e os teus. No meu Site vais dar com muitas recordações e fotos dessa época, diverte-te.
    Um grande abraço. Chico
    Em tempo: Se fores à categoria CARROSSEL do site, subtítulo SNECI, um ex-moçambicano saudoso, Rui Bastos, a viver no Brasil, fez um comentário referindo-se a um Paes Mamede, treinador de tiro ao alvo,que julgo ser o teu Pai ou alguém da tua família.

  10. Ola’ Francisco Velasco.
    Agradeco-te bastante pelo passeio que acabei de dar pla’ antiga Loureco Marques a tua custa, foi quase comparavel a uma viagem ao passado numa ‘time machine’.
    O empenho por ti demonstrado ao criares este Site e’ extremamente valioso e incomparavel.
    Aproveito para acrescentar que tenho visitado Mocambique e o Maputo com alguma regularidade desde 1992, a ultima ocasiao verificou-se em Junho de 2009, la’ nasci e residi ate’ Setembro de 1976, e esqueco-me da quantidade de vezes que passei nos recintos por ti mencionados como praticante e espectador, mas o ponto a que quero chegar e’ o seguinte; Se nao fosse algum digno entusiasta como tu a ter a dedicacao e esforco para informar o publico tao bem como o tens feito, acredito que muita coisa ficava esquecida e talvez perdida para a posterioridade. Gracas a ti, posso recordar e viver momentos ja’ quase esquecidos e que eu acredito merecerem ser lembrados para beneficio das futuras geracoes, sejam eles bons ou maus a vida e’ constituida por todos os momentos.
    Mais uma vez as meus agradecimentos e admiracao, espero que continues a desenvolver ainda mais esta tua obra.

  11. Velasco says:

    Olá, Carlos Ferro
    Calhou ter guardado metodicamente, através dos anos, recortes, fotos, documentos e outra informação, cujo conjunto deu forma a este Site. E como o hóquei em patins foi por mim vivido apaixonadamente, vê-lo caminhar por aí abaixo, nestas últimas três décadas, causou-me impressão. O progresso da modalidade nunca foi linear, avançou e regrediu repetidas vezes devido à falta de “história” escrita, ou adulteração da mesma, nalguns casos. Procurei ser o mais rigoroso possível de modo a deixar aos vindouros interessados, uma bitola com que se aferirem. Tendo como tema central o hóquei, o resto brotou como de uma torneira aberta, armado em filósofo que não sou, e vai continuar a verter por mais uns poucos de capítulos.
    Foi gratificante saber que mexeu contigo e com uma meia centena de pessoas. É a tal bitola tão necessária para eu apreciar se o esforço valeu a pena. Fico satisfeito pela informação que me deste do passeio, a tal viagem no tempo, em que mataste saudades.
    Um abraço e obrigado.

  12. Eduardo Neves says:

    Olá Francisco Velasco.
    Encontrei por acaso o seu site quando andava por aqui a navegar, e estou encantado com o que já vi.
    Não sou Moçambicano, mas vivi durante 4 anos da minha infancia na cidade da Beira, de onde tenho muitas recordaçoes e saudades, e onde considero ter passado os melhores anos da minha vida.
    Fui praticante de hoquei em patins, começei nas escolas do Clube Infante de Sagres, quando fui para a Beira estive no Clube Ferroviario da Beira e depois quando voltei para a metropole ingressei no F.C. Porto.
    Como nasci em 1955, muitos dos grandes idolos do hoquei eu não tive o previlegio de ver jogar. Recordo a geração do Cristiano, Livramento, Rendeiro, Jorge Vicente, Chana, Ramalhete, etc. mas de todos eu me lembro, porque fazem parte da historia do hoquei, e foram responsaveis por tantas e tantas alegrias e glorias.
    Ao visitar o seu site, é com agrado prazer e emoção que relembro muitos dos factos passados, e gostaria de lhe dar desde já os parabens e agradecer todas estas beleas recordações.
    Um grande abraço
    Eduardo Neves

  13. Velasco says:

    Caro Eduardo Neves
    Registo com agrado a apreciação feita ao meu site. Este seu “feed-back” é bastante moralizador para quem iniciou a sua produção em Agosto do ano passado.
    Teria você um ou dois anos, estava eu no Porto a jogar pelo SNECI contra o Infante de Sagres, o que faz de mim uma criatura mais velha que Moisés… Toda essa saga está descrita, e por coincidência, passei também um ano na Beira, mais propriamente na Lusalite do Dondo, ano esse que também me deixou boas recordações.
    A minha última actuação pela Selecção Nacional foi no Mundial de 1964, Barcelona, em que emparceirei com António Livramento, essa inesquecível estrela do Hóquei em Patins. Os outros, não menos brilhantes jogadores que mencionou, constituíram a geração seguinte à dos Moçambicanos que dominaram o cenário internacional durante quase uma década.
    Espero que se entretenha e não se canse, pois o site é um buraco sem fundo, mas que contudo pretende ser uma narrativa histórica e documentada que precisava de ser feita.
    Um abraço

  14. OLINDA CAVADINHA LOPES DA COSTA says:

    Excelente trabalho… como se espelham as nossas vivências… eu nasci em 5/8/1950 vejo que és mais velho do que eu, mas fiquei emocionada.
    Temos no facebook o Tomané (António Botelho de Mello) que tem compilado tudo o que é desporto de Mocambique… vou dar-lhe esta dica do teu blogue… o Tomané também tem dado a conhecer muito da nossa saudosa terra (no facebook).
    Bem hajas, Linda

  15. Velasco says:

    Cara Olinda
    Obrigado. Este trabalho é de facto o reflexo da minha vivência. Era trágico que se perdessem nas poeiras do tempo, os feitos da cidade mais desportiva do mundo Português de então, à qual a minha vida esteve sempre ligada. É pois um contributo parcial e modesto para a história de Moçambique que não se pode comparar à obra ciclópica de Tomané, cujo site Delagoa Bay, é um manancial de informações incrível, muito a par com o do Roger Tutinegra e o Xirico.com, outros infatigaveis cronistas. Diversificados que são, navego por eles com frequência e estou-lhes grato por poder reviver e recordar outros protagonistas, de outros desportos e de outras actividades que merecem ficar gravadas a ouro. Os nossos filhos e netos poderão ver o que foi e como foi. Nós os de mais idade, enfim… só podemos ser assediados pela nostalgia desses tempos.
    Bem hajam, todos. Francisco.

  16. indaleto marques da silva says:

    ola velasco ainda bem que dei com o teu site .é sempre agradavel encontrar pessoas e ver fotos das décadas formidáveis de 50 e60 principalmente.infelizmentetenho poucas fotos desse tempo,embora tenha passado por clubes como malhanga,desportivo,ferroviáriocomo praticante de atletismo,futebol e voleibol.devo dizer que no hoquei admirei vários jogadores que toda a gente conhece,e que foram de facto grandes jogadores,mas houve um génio do hoquei,que trouxe à modalidade aquilo que ela ainda não tinha,jogadas de génio. tenho que curvar perante o génio,quanto a mim,não devidamente reconhecido,chamado francisco velasco.um grande abraço.indaleto

  17. indaleto marques da silva says:

    vi que entrou no site o pais mamede.naõ tinha noticias dele à muitos anos se voltares dá noticias para inda.leto@hotmail.com.

  18. Velasco says:

    Caro Indaleto

    Obrigado pelo excessivo elogio. O não ter sido devidamente reconhecido, merece uma correcção. Quando um atleta, mesmo com uma curta carreira de meia dúzia de anos ao serviço da Selecção Nacional, é galardoado com a medalha de Mérito Desportivo, pelo Presidente da República, mais não podia esperar pelo reconhecimento da sua entrega ao desporto, em si, e em particular à modalidade. Fica tudo dito!.

    Quanto ao Francisco Paes Mamede, um vizinho de infância, ele deixou um comentário em 20 de Fevereiro deste ano, na página “Lourenço Marques” inserida na categoria “O Carrossel” onde deve aparecer o seu endereço de e-mail.

    Tente por aí. Um abraço

  19. Rogério Gens says:

    O meu pai chamado Gens teve nos finais dos 50s a Cervejaria Metropolitana perto do campo do Sindicato (na Pêro de Alenquer do outro lado da P. Chagas um pouco seguir à esquina). Eu era pequeno na altura mas depois ele dizia-me que os jogadores costumavam lá ir “petiscar” depois dos jogos. Lembra-se disso?

  20. Velasco says:

    Caro Rogério Gens
    Claro que me lembro. Não só íamos lá “petiscar” depois dos jogos, como era local de encontro da “malta” do Sindicato, que DURANTE ANOS se reunia regularmente na esplanada da Cervejaria. Se for à categoria “O Carrossel” e abrir a página relativa ao “O SNECI”, verá um desenho de uma planta da zona que fiz, onde a Cervejaria Metropolitana está bem assinalada. Como vê, um local icónico da nossa juventude que eu não podia omitir, em especial pela paciência do seu pai em nos aturar e até… em aceitar uns vales quando éramos estudantes. Foi um privilégio conhecer o seu Pai.
    Um abraço

  21. Rogério Gens says:

    Obrigado. Finalmente, muitos parabéns pelo seu site que recorda não só a história duma modalidade querida dos portugueses (que como não tem poder para competir com NBAs e Liga dos Campeões corre o risco de ficar esquecida), assim como a mistura quase única de uma cidade/sociedade/época que permitiu que tantos dos seus jovens se destacassem no desporto num periodo de tempo relativamente curto .

  22. Stélio Folgosa says:

    Um site muito interessante.
    Embora tivesse como vizinhos na Rua dos Velhos Colonos os irmaos Souto e me lembre do Amadeu Boucos que se casou com a irma deles, nunca me aventurei a tentar usar patins para me movimentar e muito menos para jogar o hóquei, apesar de ter assistido a muitos jogos no SNECI.
    Pratiquei atletismo no GDLM e tive o prazer de estar, no almoco anual do GDLM a semana passada em Oeiras, com vários colegas de treino e de equipa incluindo o meu amigo Sérgio Pais Mamede que consegui convencer a partipar no mesmo almoco aproveitando a sua vinda da África do Sul. Nesse almoco encontrei-me com um dos irmaos Souto.
    Acerca do comentário que escreveu sobre a “cidade mais desportiva do mundo Português de então” tenho mencionado, nas minhas caminhadas ao longo da marginal perto de Oeiras
    com os meus amigos de escola e liceu Mário Albuquerque e Quim Neves entre outros, que até tínhamos clubes de bairro onde comecávamos a praticar desporto a partir dos 10 anos. No nosso bairro dos Velhos Colonos organizávamos, com outros bairros, jogos de futebol e futebol de bicicleta em campos de hóquei, alem de competicoes de atletismo e ciclismo antes de atingirmos a idade de ingressar nos vários clubes desportivos.
    Sem subsídios e sem participacao de qualquer autoridade ou organizacao estatal.

    Como vivo na Alemanha este teclado e o software que uso têm algumas limitacoes.

    Boa sorte, boa saude e continuacao deste valioso site.

    Stélio Folgosa

  23. Velasco says:

    Caro Stélio
    Agradecido pelo comentário. Lourenço Marques era assim mesmo, com a rapaziada dos bairros a organizarem-se expontâneamente para todo o tipo de disputas, competições e demais brincadeiras. Os Velhos Colonos eram um ponto de visita de alguns de nós do SNECI, onde jogávamos aos matraquilhos e ao bilhar, neste caso, ao “perde e foge”. O empregado ficava a coçar a cabeça, pois dizíamos-lhe que “o outro perdeu portanto paga”. De facto, os Soutos viviam na Rua do mesmo nome e era por lá que o Amadeu Bouçós andava. Este meu companheiro comparece de vez em quando ao almoço da malta do Sindicato que se realiza todos os meses aqui em Lisboa. O Souto que encontrou na reunião do GDLM é o José, um ex-colega da minha equipa, um dos grandes talentos dessa época.
    Retribuo os seus desejos de sorte e saúde, com um abraço

  24. José Coelho says:

    Amigo Velasco.
    Nasci em L.Marques e morei nuitos anos na Av. Afonso de Albuquerque, em frente do Colégio D. António Barroso, ao lado um Senhor chamado Simões, que era Chefe da Policia. Nessa mesma Av. mas mais em direcção da piscina dos Velhos Colonos, situada salvo erro no cruzamento da Av. Afonso de Albuquerque com a Princesa Patricia, vivia o Leong que fazia pesos e alteres no Ginásio de L.M e simultâneamente, caça submarina. Eu pratiquei pesos e halteres no Ferroviário, no tempo do Prof. Rui Baptista, tendo chegado a competir e ganho ao Leong. Estudei nos Maristas. Ia frequentemente ao SNECI assistir aos treinos de hoquei em patins. Como laurentino tive a felecidade de conhecer todos os excelentes desportistas moçambicanos desta, e de outras modalidades.
    Como o Velasco acima refere e na qualidade de aluno Marista assisti à inauguração do ringue do Colégio. Jogei voleibol com alguns jogadores de outras moalidades, recordando-me de alguns deles como o Paulo Carvalho, basquetebolista do Desportivo, o Mário Albuquerque, o Nelson Serra e Luis Morais do Sporting.
    Conheço perfeitamente as suas irmãs Abrilete e Maria da Luz. Mais a Abrilete do que a Maria da Luz, pois a Abrilete em representação do Ferroviário, foi meu par em alguns torneios de badmington disputados em L.Marques.
    Velasco foi um prazer enorme relembrar parte da minha juventude naquela maravilhosa cidade de L.Marques, através do seu site.
    Para si envio os meus sinceros votos de saúde, sorte e amizade.
    Amadeu.

  25. Velasco says:

    Caro José Coelho
    Agradeço a intervenção. Recordo-me do Chefe Simões e pelos vistos fomos vizinhos uma vez que residi no 75 da Afonso de Albuquerque, mesmo defronte do Colégio António Barroso. Rebusco a memória procurando uma imagem sua mas o tempo diluiu-a o que não admira, pois já lá vão mais de sessenta anos. Porém, o Leong Siu Pun foi um moço com quem me cruzava frequentemente. Morava do lado do Colégio, de quem vai para os Velhos Colonos com familiares que julgo terem sido os proprietários de uma cantina. Por esta passei várias vezes, para saltar o muro que me levava às instalações do SNECI.
    A Abrilete, a Maria da Luz, o Leonel e a irmã mais velha Telma, eram a ninhada dum dos irmãos do meu Pai, portanto minhas primas. A Abrilete de facto participou em torneios de Badmington, além do Basquete que todos praticavam. Aparece em fotos com o casal Maltesinho, grandes aficionados desse ténis de penas.
    Se navegar pelo inigualável site “The Delagoa Bay Company”, de António Botelho de Melo, poderá ver sob Culturismo, o registo da competição na Categoria Pesados, onde aparece classificado em lugar (134,08 kg) e o Leong em (131,37 kg).
    Eu cá por mim só levantava o peso dum setique… 500 gramas e divertia-me à brava!
    Agradeço e retribuo os seus votos, enviando um abraço.

  26. Francisco Paes Mamede says:

    Alô Francisco,
    Depois de varios meses hoje voltei aqui e cá vai um abraço e desejos de bom natal para ti, para os teus e para todos os que por este “sitio” passarem !!! Um abraço.
    Chico Paes Mamede

  27. Velasco says:

    Caro Chico
    São sempre agradáveis as mensagens de companheiros de infância, por assim dizer. Agradeço pessoalmente, e em nome dos que por aqui passarem, os teus votos de Bom Natal. Aproveito para retribuir, esperando que tenhas uma quadra festiva feliz e boas entradas para o Ano Novo.
    Um grande e fraterno abraço…
    de outro Chico!

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