Guarda-Redes fracos!
Não faço a mínima ideia quem é o Miguel Cruz, se é admirador do guarda-redes de topo que não reconheci, repito, e do qual ainda não sei o nome. Calculo que o Miguel deve ser bastante novo pois socorre-se de filmagens do meu tempo para fazer apreciações fantasiosas acerca dos guarda-redes de então.
Não podia deixar perdido no local dos comentários, da página dedicada aos «Guarda-redes», tamanha distorção, daí que os transporto para este local, de modo a procurar corrigir percepções erradas.
Miguel Cruz comentou: 07/09/2010 – 17.48
Olá. Gostei muito do seu artigo, no entanto acabou por escolher mal a foto do GR da \nova moda\, porque afinal de contas, deve ter sido o GR de topo que melhor juntou os dois estilos.
É engraçado, vendo agora filmagens do seu tempo, eu diria que os GR’s de então, eram muito fracos, avaliar pelos frequentes golos de meio campo que sofriam de bolas rasteiras.
Abraço
Velasco comentou: 09/09/2010 at 19:31
Olá. Obrigado pelo seu comentário que merece um esclarecimento. Há tempos que tinha guardado estas duas fotografias, uma dum poster e outra retirada duma revista, a fim de poder estudar e medir as áreas que os guarda-redes deixam expostas, quando vistos frontalmente. Reconheci o Trullols mas o outro ainda hoje não sei quem é. Diz que é de topo e eu aceito isso de mão beijada pois estava longe de mim o intuito de menosprezar o atleta em causa. Com a legenda pretendi exclusivamente especificar o novo estilo que, convenhamos, é «o que está na moda».
Quando às imagens que viu do meu tempo e sua descrição dos guarda-redes fracos a sofrerem bolas rasteiras atiradas do meio campo, isso deve ter sido nalgum filme do Charlie Chaplin. Adorava vê-las se é que pode disponibilizar essas imagens. Prometo que as coloco neste Site.»
…
Ante de mais, em relação ao seu escrito, nenhum dos guarda-redes actuais, mesmo os topos de gama, juntaram dois estilos. Os «da nova moda» adaptaram-se às regras em vigor e os de «antes» às que existiam. O estilo que hoje apresentam, foi copiado do hóquei em gelo, só que nesta pista os guarda-redes não se atrevem a arrastar uma perna pelo chão porque correriam o risco de apanhar um resfriado.
Mas vamos ao assunto. Vi num dos clips que por aí proliferam, um guarda-redes de futebol a lançar a bola com a mão para um companheiro à sua frente. No prosseguimento do gesto, rodopiou como uma bailarina e enfiou-a na sua própria baliza! Possivelmente sucedeu o mesmo a um ou outro do hóquei em patins, ao pretenderem pontapear a bola. Não passam de acidentes fortuitos que, dum modo geral, provocam gargalhadas do público, dos adversários e mesmo dos colegas.
Agora, vir dizer que os guarda-redes de então, (do meu tempo) eram muito fracos, lembra-me uma figura histórica que dava pelo nome de Goebbels, Ministro Nazi, que repetia incessantemente mentiras, que acabavam por serem aceites como verdades. Ora, por uma questão de rigor, temos de lutar contra esse tipo de Propaganda, ainda muito em voga, que visa inferiorizar, amesquinhar e demonizar aqueloutros, a fim de superiorizar estoutros.
Aliás, se fosse como diz ou lhe disseram (?), que os guarda-redes sofriam bolas rasteiras atiradas do meio campo, então eu, o Bouçós, o Adrião e o Livramento, o Correia dos Santos, todos do meu tempo, classificados entre os 10 melhores marcadores de golos de sempre, passaríamos os jogos a rir às gargalhadas, não só quando marcávamos golos, como também quando os nossos guarda-redes «frangueiros» os sofriam…
Os pavilhões superlotavam-se para rir em coro, 10 a 12 mil no Porto, 14 a 16 mil em Madrid, procuravam bilhetes ansiosamente, para poderem desopilar o fígado. Como essas figuras lindas, a levar petardos, com toda a valentia que lhes era peculiar, não passavam dum cast de cómicos, aproveito para que as suas faces fiquem registadas para a posteridade… a pensarem com os seus botões: «Oxalá não nos atirem bolas rasteiras, lá de longe, do meio campo!»
Nota final: Reitero a minha proposta de colocar neste Site as filmagens do meu tempo, que diz ter visto, de frequentes golos rasteiros atirados do meio da rua.

Da esq. - 1ª fila: Vítor Domingues, Raul Gonçalves, Alberto Moreira. Jorge Pauleta, Manuel Carvalho. - 2ª fila: José Pereira, Fernando Santos, Largo, António Matos, Zabalía. - 3ª fila: Passos Viana, Armando Braz, Manuel Dias, Salvador Calado. 4ª fila: Vilaverde, Alfredo Bettencourt, Bolis, Raposo, Fonseca e Agostinho Caderno.
Obrigado por este conjunto de fotografais, onde surgem figuras míticas para mim. Largo e Zabalia, por exemplo. Estes eram o terror, defendiam (quase) tudo.
La esta também o Bolis, dos tais 8-1. Lembro-me, nesse tornrio de Montreux, de um frances, lafargue.
Como se chamavam 2 irmaos, ou primos, suicos que jogavam por essa altura, 58?
Nao imagina o mundo de recordacoes, de coisas vividas por uma crianca, num lugarejo, que o seu site me traz.
BEM HAJA!
Caro Craveiro de Carvalho
Fico emocionado quando me apercebo que este meu Site tem o condão de fazer reviver recordações da nossa modalidade e até da nossa meninice. O seu feed-back um sinal que valeu a pena este meu trabalho.
Largo, Zabalía e Bolis foram de facto dos melhores guarda-redes de então, especialmente o primeiro, mais jovem, que defrontei várias vezes. Os 8-1 ao Bolis não o menoriza pois o problema foi que nesse jogo, em Montreux, a nossa equipa esteve endiabrada e eles nunca tinham jogado contra nós antes. Acho que os surpreendemos!
Os dois suiços eram irmãos, o Marcel e o Pierre Monay e o Lafargue, se não estou em erro era um jogador que usava um cinto com uns cinco cms de largura…
Um abraço