Este setique tem uma história extraordinária que requer um relato especial. Sendo um instrumento importante na actividade dum hoquista, os aléus mereceram sempre, da minha parte, uma escolha criteriosa. Quando era informado que as encomendas de material tinham chegado à Casa Lido, em Lourenço Marques, apressava-me a passar por lá com a finalidade de escolher dois ou três que satisfizessem as minhas exigências. Inspeccionava-os, um por um, verificando o seu peso, rigidez e equilíbrio quando manuseado e, eventualmente, na posse deles, gravava o meu apelido com uma ponta metálica incandescente, para facilmente o identificar.
Num dos torneios ou qualquer outro jogo em que participei, a euforia deve ter sido tal que acabei por oferecer o setique a quem quer que o tivesse pedido. Por vezes, os atletas dão os emblemas ou as camisas com que jogaram, mas o aléu é uma ferramenta especial e eu devia estar muito feliz para desembaraçar-me dele. Infelizmente, não tenho lembrança alguma desse acontecimento.
Pois bem, por volta de 1987/88, quando convivia e acompanhava os jogos dos Veteranos, conheci e fiquei amigo dum deles, o Salvador Camossa Fontes. Mais tarde, durante uma curta passagem pela Académica da Amadora, em 1998/99, este amigo, para minha surpresa, disse-me que ainda tinha um setique com o meu nome gravado. Fiquei emocionado com a coincidência e, pouco tempo depois, tinha-o nas minhas mãos, um setique que ele usara na sua carreira desportiva e que procurou manter funcional com agrafos metálicos e adesivos ao longo das rachas. Posteriormente, o setique ficou guardado na dispensa, durante umas dezenas de anos mas devolveu-mo com gosto e é com enorme satisfação que o insiro neste Site, lembrando-me da “história do filho pródigo que retorna a casa”.
Como não nos recordávamos das circunstâncias em que isso acontecera, especulámos sobre a data, pensando ele que teria sido em 1958, após o Campeonato do Mundo realizado no Porto, que ele lhe viera parar às mãos. Por outro lado, o setique tem um formato similar aos que trouxemos de Moçambique em 1955, quando viemos em digressão com o SNECI, a equipa do Sindicato Nacional dos Empregados do Comércio e da Indústria. A partir do nosso regresso passei a utilizar a marca Reno Internacional da qual nunca mais abdiquei.
Resumindo, este setique só poderia ter sido dado quando o SNECI defrontou a Amadora nesse ano e foi-me devolvido 44 anos depois. Está agora num canto da minha sala, com a provecta idade de 55 anos…
Parabens e boa sorte com o teu site
Obrigado eu, pela tua grande ajuda!
Xico,
Parabéns por mais esta tua empreitada pelo hóquei…
Espero que seja divugado e que chegue a quem decide sobre a modalidade!
Forte abraço e um já gasto mas verdadeiro até breve!
Xino
A 1ª coisa que se me oferece dizer-lhe é dar~lhe os parabéns pelo seu site e pelo conteúdo que tento poderá ajudar todos os jovens que se dedicam ao desporto, seja ele qual for.
O meu desporto principal foi o Basquetebol, mas lembro-me na Beira, Moçambique, ter aprendido a patinar com um treinador italianeo, do Sport Lisboa e Beira, de seu nome Barbieri, tinha eu 10 anos de idade. Só comecei a jogar Basquete aos 14 anos e no Sporting da Beira…
Mas a principal razão deste meu comentário é deixar aqui a lembrança de um memorável jogo de Hóquei em Patins, devia ter eu 12 anos, realizado na Beira, no campo ao ar livre do Sport Lisboa e Beira, completamente à cunha, entre a Selecção de Espanha e a Selecção da Beira, jogo em que os espanhóis ganharam 2-1, com o golo da Selecção da Beira a ser marcado precisamente pelo VELASCO e bem do meio da rua, numa sticada violenta que era a sua marca registada, como o era também o facto de ser um hoquista muito alto, o que fugia ao padrão da época (e não sei se até ao padrão actual…), mas com uma mobilidade fantástica e dotado de uma técnica soberba.
Um abraço moçambicano
Foi com muita emocao e alegria que deparei hoje, sexta-feira 13 do mes de Agosto
no ano 2010, com o teu veemente ansiado web-site; parabens Xico por esta inigualável
iniciativa!
Ter a oportunidade de aprender, compreender e assimilar toda a tua visao, opiniao,
avaliacao, raciocinio, conhecimento e projeccao sobre a nossa modalidade, e sem duvida
uma davida divina.
Este teu legado ira perdurar para sempre no historial do hoquei em patins mundial:
esta e a tua stickada final, atraves de um arranque imparavel, tendo como corolario
um golo universal e unico!
Bem hajas Xico e muito obrigado por me dares esta oportunidade de sentir por dentro
a tua alma hoquista!
Grande abraco deste teu primo
Ze Carlos
ALEXANDRE – Esta coisa de construirmos um Site sem ser um “expert” traz sempre surpresas. Acho que respondi-te, agradecendo, mas deve ter ido parar a outro lado. Referi-me, outrossim, ao teu “já gasto mas verdadeiro até breve” pois desde então, tenho ido todos dias à minha janela para ver se estás a chegar… e já lá vão um par de anos!
LUÍS ALMEIDA – Respondi-lhe, esclarecendo que o Barbieri, que o ensinou a patinar, era português de com antecedentes italianos e foi meu adversário quando estive na Beira a jogar pela Lusalite do Dondo, em 1956 e companheiro da Selecção aquando da visita da Selecção da Espanha em 1957, uns dias depois de terem perdido connosco em Lourenço Marques, por 4×3 e 5×1. Joguei emprestado pela Beira. Confirmo as suas lembranças e retribuo o abraço Moçambicano.
ZÉ CARLOS – És um exagerado. Obrigado pelos piropos…
Caro Francisco Velasco, parabéns pelo site, pelo teu contributo para a modalidade de Hóquei em Patins, e para Portugal, como grande Campeão que sempre foste!!!Este teu site é bastante pertinente, pois vem informar muita gente actual e futuros jovens, sobre quem foi um dos melhores jogadores portugueses de todos os tempos !!!Faltava pois repôr esse reconhecimento através dum meio escrito e audiovisual, e tu conseguiste-o através deste teu site, apresentando muitas notas de treinos e ensinamentos sobre a modalidade,além de relembrares outros grandes nomes que contigo partilharam das mais brilhantes páginas do Hóquei português, a nível mundial !
Ao grande Xico, um abraço enorme da família Gracias de Moçambique !!!
Abraço,
Alberto Gracias Ramos Rosa
Muitos parabéns por toda a dedicação e amor pelo Hóquei Patins.
De todos nós que não nascemos para ver uns minutos desse Hóquei maravilhoso, que guardamos os relatos de nossos antepassados cheios de emoção, paixão e muita saudade. Toda esta energia quase nos levam até ao ring do maravilhoso Hóquei.
Que da Cartola saiam “frangos” de inspiração aos “Alguém”.
Um Abraço
João Gouveia
Caro Xico
Finalmente… Muitos parabens. O futuro sem passado não fica tão completo.
Tenho a certeza que irás abrir muitas recordações, mas sem querer roubar o sucesso garantido, acho que a malta de raiz te ficará grato por consegures fazer que revivamos o que julgavamos que já estava fora das nossa espectativas.
Kanimanbo
Caro Xico,
Por ter saido errado emendo não é “Arnabdo.Almeida” mas sim “Armando Cabral de Almeida”
que assina a mensagem supra.
De resto tudo certo e recomfirmado.
Bayete
Ao meu colega de liceu Alberto Gracias, vai um abraço de recordações dos tempos em que nos reuníamos na Rua João de Queirós, para as brincadeiras usuais. Esse abraço estende-se a toda a família Gracias que sempre me acarinhou. Obrigado
Caro João Gouveia
É estimulante a apreciação que fez. Foi meu objectivo ligar os relatos dos antepassados aos vindouros. Essas foram as vozes que confiaram e torceram por nós, que nos apoiaram quando mais necessitávamos. Seria uma tristeza que se esfumassem como se não tivessem existido.
Obrigado e um abraço
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Olá Xico:
Um grande abraço p/ ti; gostaria de te ouvir, sobre este último Mundial de S.Juan.
Fica bem e até um dia destes.
Zé Carlos
Caro primo Zé Carlos
Há dias, talvez no Facebook, (são tantas as plataformas…), li uma exortação tua sobre os passos a dar depois desta honrosa mas singular conquista da Selecção Moçambicana, em que falavas sobre como desenvolver o hóquei aproveitando a euforia, mencionando escolas em outros pontos do País, inclusivamente Quelimane, etc. Respondi-te sugerindo que se concentrassem na cidade de Maputo, que as outras urbes viriam por arrastamento. Baseei-me na história da modalidade para propor que criassem 4 a 6 clubes, com miudagem dos 8 aos 14, em infantis e juniores A, B e C, organizados em provas regulares semanais. Aventei que dentro de 10 anos poderiam até ser campeões do mundo. Houve um precedente que demonstra esta tese, se bem que reconheça as imensas dificuldades com que os carolas de hoje se defrontam. Se um País com tradição neste desporto, venha ela de uma época colonial ou não, – relembremos o críquete na Índia e Paquistão – tem de utilizar jogadores da ex-Metrópole, bem mal vão as coisas. Não criemos ilusões!
Segui o hóquei praticado no Mundial, tanto quanto a TV me permitiu e não gostei. O que foi Vinho do Porto não passa hoje de uma mistela que só os gritos dos relatores, fazedores de mitos, avançam como “hóquei moderno”, “fantástico, ó meu!”, ao vê-los patinar como maluquinhos pelas tabelas abaixo. “C’a ganda golo!“, berram sem reparar que foi uma autêntica chouriçada… “tudo fabuloso em termos tácticos” ouvi eu. Que haja pudor, quando uma selecção candidata ao título, comete 20 faltas num jogo e procura sistematicamente fazer golos partindo de detrás da baliza, mostra bem o estágio “táctico” em que se encontram. Sobre o Mundial que gostarias de ouvir-me, conto-te a seguinte história que é um facto:
Em tempos, 1983, um dirigente contratou jogadores da Selecção Nacional Portuguesa, vários campeões do mundo, a peso de ouro (para a altura), afim de trazerem o Cascais da 2ª para a 1ª Divisão. Pois bem, cumpriram o calendário e não conseguiram ser Campeões da 2ª Divisão, tendo subido unicamente por terem sido vencedores da Zona onde militavam. Conclusão – foram arrastados para baixo. Mais, no ano seguinte, já na 1ª Divisão, perderam os dois jogos contra o Tomar, por números avassaladores. Ainda não tinham recuperado!
Custa-me dizer, mas o mesmo fenómeno afectou a prova no Chile, onde a maioria dos participantes, com excepção dos mesmos de sempre, eram equivalentes às 2ª e 3ª categorias do meu tempo. E tu tens a obrigação de saber isto, pois participaste numa Selecção Moçambicana que foi parar ao penúltimo lugar, num Mundial, face a equipas com atletas muitíssimo inferiores, sem saber bem como, nem porquê. Todavia, reconheço, porque conheci todos os jogadores e os vi actuar, essa tua selecção foi o melhor grupo de atletas que Moçambique independente produziu até hoje.
Tenho dito, caro primo e até um dia destes.
P.S. – 20 faltas num jogo, ou é de arruaceiros, o que não foi o que vi… ou é resultado dos “engenheiros das regras” que, como maus Enólogos, já escangalharam a Região Demarcada do nosso Vinho do Porto, com amadurecimentos de 45″… 45″ + 5″… 10″. Mais ainda, clamam pela necessidade de uma ampulheta na parede, para controlar esses tempos, coisa só adequada para jogadores astrábicos, que são os únicos que podem ter um olho na bola e outro virado para o céu!