Quando regressei de Timor, em finais de 1963, depois de uma ausência de quase dois anos e meio, de trabalho intenso naquela parcela longínqua do nosso país, e depois de me adaptar de novo à cidade que me vira crescer e já mais seguro das minhas capacidades profissionais, retornei ao Hóquei em Patins, aceitando o convite do Sporting de Lourenço Marques para assumir o cargo de treinador da sua equipa de seniores.
Empenhei-me com sempre o fizera. O plantel era composto por um grupo de atletas de potencial muito elevado, na maioria proveniente da escola do Padre Miguel, do Instituto da Namaacha, e procurei dar-lhes um impulso maior, de acordo com a minha visão do desporto que acima de tudo requer assiduidade aos treinos. O Amadeu Bouçós, um lagarto de longa data veio juntar-se ao plantel e pouco tempo depois o António (Toninho) Rodrigues, ambos vindos do SNECI. Avisei-os seriamente que eu, apesar de andar de patins, não jogava, que eles não jogariam pois era minha intenção manter a formação que lá tinha encontrado.
O Bouçós, naquele seu estilo sempre brincalhão, retorquiu dizendo (mais ou menos por estas palavras): – “Não há problema, Chico… Eles treinam contra nós, que é bom para eles… e nós fazemos-lhes as cabeças em água!”
A verdade é que bem cedo fiquei desiludido por alguns dos elementos em que confiava, começarem a faltar aos treinos a pontos de equipa se desmoronar. Nesse ínterim, os dirigentes da Secção do Clube, que assistiam às sessões, sugeriam ansiosos que nós jogássemos. Como o meu lema de treinador, se ancorou sempre em formar as equipas com aqueles que eram assíduos aos treinos e sempre me tinha dado bem, anuí e atirei-me a uma preparação mais apurada, com os jogadores de futebol do Clube.
O Sporting, agora com uma formação mais empenhada começou a dar cartas nas provas locais, que se reflectiu na imprensa e ecoou na Metrópole. O Seleccionador Nacional, Jesus Correia, deslocou-se a Lourenço Marques para observar directamente os jogos e, eventualmente, acabou por convocar-me e ao Bouçós, além do Moreira e do Adrião, para o Mundial que se realizaria em Barcelona. O Bouçós teve de declinar por razões pessoais que foram aceites.
Foi deste modo que regressei às competições internacionais, tendo tido pena que na final, os Espanhóis, depois de terem feito um golo, tivessem recorrido à retenção da bola de uma forma pouco desportiva. Como tínhamos de ganhar, dado um empate que averbáramos ao longo da prova, acabámos vice campeões com os seguintes resultados:
Alemanha (2×0), Argentina (7×4), Holanda (2×2), Inglaterra (11×0), Itália (4×0), Japão (28×0), Suíça (7×0), Uruguai (3×0), um jogo inesperadamente violento e Espanha (0x1).
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My dear Tony
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Thank you