Enquanto decorria a época relativa aos torneios realizados pela Associação Distrital da Beira, fomos surpreendidos pelos resultados que a equipa do Paço d’Arcos, na altura Campeã Nacional em digressão por Moçambique, alcançara em compita com as de Lourenço Marques, que foram todas derrotadas expressivamente, incluindo a sua própria Selecção.
Na Beira, onde aguardávamos o dia do nosso encontro, com certa apreensão, mantivemos serenamente o ritmo dos nossos treinos, numa fase final realizados nas instalações da Lusalite. Dos atletas que compunham a equipa do Paço d’Arcos, só conhecia o Virgílio, o Jesus Correia e o Correia dos Santos, com quem tive a ocasião e o prazer de treinar com e jogar contra eles, em 1955, nas várias sessões de preparação da Selecção Nacional, em que eu e o António Souto tínhamos sido integrados, com vistas ao Mundial de Itália.
Assim sendo, tendo em vista as características dos seus jogadores, por mim registada e caracterizada num último treino, sugeri aos meus colegas da Selecção da Beira que adoptássemos um dispositivo que visava eliminar o Correia dos Santos, que eu considerava o mais perigoso deles todos, uma espécie de Inimigo Público nº 1 que não podíamos deixar à solta.
A nossa Selecção não se afastou dessa ideia, cumprindo-a integralmente e os Campeões Nacionais foram inequivocamente derrotados por (5×3), averbando a sua primeira e única derrota, não só em Moçambique como, aparentemente, no campeonato metropolitano de que tinham sido vencedores.